Uma
conexão de internet móvel mais rápida, ágil e econômica. E com
uso em diversas áreas, como transportes e telemedicina. É o que
promete a tecnologia 5G, uma realidade em muitos países e que está
chegando ao Brasil.
Em telecomunicações, o 5G é o
padrão de tecnologia de quinta geração para redes móveis e de
banda larga que as empresas de telefonia celular começaram a
implantar no fim de 2018. O 5G é o sucessor planejado das redes 4G,
que fornecem conectividade para a maioria dos dispositivos
atuais.
Ainda será leiloada a empresa que ficará
responsável pela implantação da tecnologia no país.
Sobre
o 5G e as respectivas inovações, o ministro das Comunicações,
Fábio Faria, concedeu uma entrevista à nossa equipe.
Já
existe prazo para o leilão do 5G?
Sim. O leilão já saiu
da Anatel [Agência Nacional de Telecomunicações]. Está indo agora
para o TCU [Tribunal de Contas da União], que vai ter em torno de 60
dias para fazer as observações finais. Ele retorna para a Anatel e,
em 40 dias, nós teremos o leilão. Estamos falando em 100, 120 dias.
Em junho, julho no máximo, nós estaremos realizando o leilão de 5G
no Brasil.
Quando os brasileiros começarão a ter acesso
a essa tecnologia 5G?
Nós colocamos em uma das obrigações
no edital para que nós tenhamos a 5G no Brasil em todas as capitais
funcionando, o 5G standalone, que é o 5G plus, de maior qualidade,
até junho do ano que vem. Em junho de 2022, teremos, nas 27 capitais
do Brasil, o 5G puro funcionando e antes disso a solução híbrida,
que é o 5G standalone, que é um 5G que aumenta a velocidade. Tem
outro que, além da velocidade, com a latência muito baixa que vai
ser possível utilizar com a internet das coisas, é a comunicação
de coisa com coisa.
Quais são as principais diferenças
dessa tecnologia 5G? Quais são os benefícios para o país?
No
4G, nós temos o Facetime, mensagens de áudio, você pode se
comunicar com qualquer pessoa em qualquer lugar do mundo
instantaneamente. O 4G veio para as pessoas. E o 5G não. Ele veio
para mudar a vida das indústrias. Vai ser uma revolução nas
indústrias. Nós teremos as empresas tendo um alto ganho de
produtividade. Toda a cadeia de produção das empresas irá se
comunicar. Por exemplo, nós teremos uma telemedicina a distância
funcionando. Aqui em Brasília, um médico pode fazer uma cirurgia em
uma sala. Se tiver uma sala de cirurgia no meio da Amazônia, por
exemplo, ele pode fazer a operação daqui. Porque com o 5G
funcionando, o standalone tem uma latência muito baixa. Por que não
faz hoje? Porque hoje com um erro de um milímetro de um lado ou para
o outro, nós podemos perder uma vida. Então, o 5G standalone, a
latência é muito baixa, então não tem erro de intervalo de tempo.
Tem uma precisão muito grande. Nós teremos carros sem motoristas,
que são os veículos autônomos, as cirurgias a distância, o
aumento da conectividade rural, as empresas do agrobusiness vão
crescer muito. E várias outras empresas terão a oportunidade de
evoluir. Eu digo que o 5G vem para as empresas e as indústrias.
Para
operar o 5G no Brasil, as empresas vencedoras têm que cumprir
algumas obrigações definidas pelo Ministério das Comunicações
para democratizar ainda mais a internet. Quais são essas
obrigações?
No começo da crise sanitária, nós
chegamos ao aumento de quase 50% de pessoas que utilizam a internet.
Nós fomos capazes de oferecer o serviço. O Presidente Bolsonaro
baixou um decreto, tornando telecomunicações um serviço essencial,
o que foi importante para que as empresas pudessem fazer todos os
serviços nos estados. E com isso a gente também observou que as
pessoas começaram a fazer home office, ensino a distância, falando
com os parentes a distância, visitando e matando as saudades das
pessoas que moravam longe. Observamos que tem 45 milhões de
brasileiros, 20% do Brasil, que não tem internet, que não tem
nenhum acesso. Então, nós colocamos nas obrigações primeiro que
nós possamos levar internet para todas as localidades acima de 600
habitantes. São 16 mil localidades. Todas elas terão internet 4G
até 2028. Nós iremos fazer o Norte Conectado, que é a região que
tem menos acesso à internet. Só o Norte Conectado vai atender 10
milhões de pessoas, quase 25% do gap que nós temos no Brasil. 48
mil km de rodovias federais, rede privativa de governo, além do 5G
standalone que vai chegar para modificar a vida das
empresas.
Ministro, no mês passado, o senhor liderou a
missão brasileira a países da Europa e da Ásia justamente para
conhecer de perto fabricantes de 5G. Quais foram os resultados?
Foi
muito importante. Primeiro porque levamos o TCU. O TCU montou um
grupo de trabalho. Nós tivemos a condição de que o TCU tirasse
algumas dúvidas in loco nas empresas. Até porque ele tem, por lei,
até 150 dias para se manifestar. Com a viagem, eles disseram que
reduziriam em 90 dias. O Brasil ganhou três meses de presente de
antecipação do 5G. E nós visitamos as empresas. Até para saber
qual é a diferença do 5G standalone. Como funciona uma empresa
conectada? A gente pode observar, na Nokia, na Finlândia, o
inimaginável para mim: o 6G funcionando! Eu tive a oportunidade de
observar essa mudança mais à frente. Nem vamos falar sobre o 6G
para não confundir. Mas foi importante para ver o que queremos no
Brasil. Tem empresa que tem expertise maior em rede privativa, outra
com expertise maior na conectividade rural no campo. Então nós
temos hoje um diagnóstico. Mas, deixando bem claro, as empresas não
entram no leilão. Quem participa são as teles: a Claro, a Vivo e a
Tim, porque a Oi móvel foi vendida para essas 3 operadoras. Depois
que elas ganham o leilão é que elas vão adquirir os equipamentos.