sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Governo do Estado atrasa 5 meses de repasses para empresa de Home Care e pacientes graves ficam ameaçados

 Pacientes crônicos em estado grave que necessitam de atendimento especializado em casa – para não ocuparem leitos de UTI nos hospitais permanentemente – estão com a assistência ameaçada no Rio Grande do Norte. Uma das empresas contratadas pelo Governo do Estado para prestar o serviço, a Rita Home Care, está há cinco meses sem receber pagamentos.

Coordenadora da empresa, Léa Amorim contou ao PORTAL DA 98 FM que funcionários, gestores e familiares dos pacientes estão desesperados com a situação. Ela diz que o último pagamento realizado pela Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) foi referente a uma parcela das faturas de junho de 2021. Desde então, não foram feitos mais repasses pelo governo estadual. Fornecedores da empresa e prestadores de serviço estão sem receber por causa disso.

 

“Desde o dia em que começamos o serviço, atendemos todo o Rio Grande do Norte. Temos cerca de 200 funcionários, inúmeros prestadores de serviço. Atualmente, são 30 pacientes em Apodi, Rio do Fogo, várias cidades… Entre junho e outubro, não recebemos nenhum mês atrasado. São cinco meses”, disse a empresária, em contato com a reportagem.


Léa Amorim conta que, por contrato, o Governo do Estado tem a obrigação de fazer o pagamento em até 30 dias após a geração da fatura. Ela diz, no entanto, que esse acordo nunca foi cumprido e que, quando os pagamentos são feitos, são de parcelas da dívida, o que só dá para comprar medicamentos e insumos. Funcionários estão com salários atrasados.


“A minha tristeza é inclusive ideológica. Eu sou formada em serviço social, militante do PT desde o nascimento e eu nunca vivi uma tristeza tão grande como venho passando agora”, desabafa ela.


“O Estado tem um serviço de home care para pacientes que estavam internados em UTI. São pacientes crônicos, que não evoluem mais numa UTI. Eles vão para casa, mas com todo um suporte de UTI. É um procedimento de alta complexidade. O governo tem uma economia de mais de 40%. Os leitos de UTI em casa, além de proporcionarem melhor qualidade de vida para o paciente, por estarem perto dos familiares, têm baixo índice de infecção hospitalar. E ainda mais oferece os leitos dos hospitais para pacientes que estão na fila da UTI”, conta a empresária.


Procurada, a Secretaria Estadual de Saúde Pública (Sesap) não se pronunciou até a publicação desta reportagem.