segunda-feira, 8 de novembro de 2021

Saúde Sindicato dos Médicos publica nota sobre idoso que morreu após ter atendimento negado em hospital do RN e cita “degradação continuada” na saúde do Estado

 O Sindicato dos Médicos do Rio Grande do Norte (SinMed-RN) se posicionou nesta segunda-feira (8) sobre a morte de um idoso que teve atendimento médico negado no Hospital Walfredo Gurgel, em Natal, antes de sofrer uma parada cardíaca. O falecimento de José William aconteceu na última sexta-feira (5) e foi registrado em vídeo pela própria vítima. As imagens repercutiram e geraram comoção em torno do ocorrido.

 De acordo com a nota do SinMed, o estado potiguar tem vivenciado “uma degradação dos serviços públicos na área de saúde”. E afirmou que “o drama da saúde pública Estadual adquiriu contornos mais alarmantes esse último final de semana, com um vídeo publicado nas redes sociais por familiares de um paciente que procurou socorro no maior hospital do Estado e, como a porta é referência para trauma, não conseguiu ser atendido”.

 O documento é assinado pelo presidente do Sinmed RN, Dr. Geraldo Ferreira Filho, e pelo presidente da Associação Médica do RN (AMRN), Itamar Ribeiro de Oliveira.

 Segundo a entidade, o caso lançou luz sobre demandas reprimidas na área da saúde, e sugere a ampliação da rede de atendimento com abertura de leitos, serviços e hospitais suficientes para a assistência à população, a realização de concursos e o abastecimento de insumos, equipamentos e insumos. Além disso, recomenda triagem adequada no atendimento e resolução das filas para consultas, exames e cirurgias.

 “Assim, filas de pacientes se acumulam na espera e cirurgias são canceladas pelos hospitais privados e filantrópicos complementares por falta de pagamento. Os pacientes se acumulam nos corredores, superlotando os hospitais públicos. A partir daí, a engenharia dos gestores para frear a chegada de pacientes aos hospitais é uma forma rígida e engessada de referência e regulação que represa os pacientes em casa ou em unidades de saúde sem equipe e resolutividade, o que resulta em prejuízos imensuráveis aos pacientes, por vezes a perda da própria vida”, destaca a nota.

 O sindicato manifestou, ainda, solidariedade aos familiares da vítima: “manifestamos nossa solidariedade pública a toda população do Estado e, particularmente, aos familiares e pacientes tão brutalmente atingidos pela desassistência na saúde pública que ora nos atinge”.