sexta-feira, 25 de outubro de 2024

Derrotas nas eleições precipitam disputa interna pelo comando do PT

 


O mau desempenho eleitoral do PT precipitou uma disputa pelo comando do partido, cujo mandato se encerra apenas no dia 30 de junho. Colaboradores diretos do presidente Lula passaram a defender até mesmo a antecipação da saída da presidente da sigla, deputada Gleisi Hoffmann (PR), hipótese só possível em caso de renúncia —o que ela descarta.

Segundo relatos, a possibilidade de Gleisi deixar a presidência do PT já em fevereiro foi citada pelo ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha, durante uma reunião dos dois com Lula.

Na conversa, o presidente perguntou a Gleisi sobre o processo eleitoral do partido, a ser iniciado em 2025. A deputada respondeu que seu mandato termina em junho. Padilha a questionou se não seria em fevereiro, o que ela negou.

A briga pela condução do partido é travada dentro da força política liderada por Lula, a CNB (Construindo um Novo Brasil). O presidente atua para deter a implosão da tendência em meio à troca de acusações de seus integrantes.


Fonte: Folha de S. Paulo

Foto: Rafaela Araújo/Folhapress

Eleições 2024: propaganda eleitoral no rádio e na TV termina nesta sexta


 A propaganda eleitoral no rádio e na televisão nas 51 cidades em que haverá o segundo turno termina nesta sexta-feira (25).

Desde o dia 11, candidatos a prefeito nestes locais puderam apresentar suas propostas de campanha.

O segundo turno das eleições está marcado para o próximo domingo (27).

Vão para uma nova disputa os dois concorrentes ao cargo de prefeito mais votados no primeiro turno, que ocorreu no dia 6 de outubro.

Outros tipos de propaganda

Os outros atos de propaganda, nas ruas e na internet, vão se encerrar até a véspera das eleições.

  • nesta sexta, também termina o prazo para a divulgação de propaganda paga na imprensa, com reprodução na internet do jornal impresso.
  • até o sábado (26), os candidatos, partidos, federações e coligações que disputam o segundo turno podem usar alto-falantes e amplificadores de som, entre 8h e 22h.
  • Até as 22h do mesmo dia, eles podem distribuir material impresso e realizar caminhadas, carreatas ou passeatas.
  • No dia das eleições, a propaganda dos candidatos é proibida.


Fonte: g1

Foto:  Lindomar Cruz/Arquivo/Agência Senado

Brasil tem mais de 11 denúncias de assédio eleitoral por dia desde agosto



 O Brasil registrou mais de 11 denúncias de assédio eleitoral por dia desde o início das campanhas municipais, em 16 de agosto. Os dados são do Ministério Público do Trabalho, que recebeu até a tarde desta quinta-feira (24) um total de 831 denúncias do tipo em todo o país.

O que aconteceu

Órgão atualiza em tempo real as denúncias de assédio eleitoral. Desde o início da campanha, em 16 de agosto, o MPT também já realizou 42 TACs (Termos de Ajustamento de Conduta) e moveu 28 ações na Justiça do Trabalho para combater esse crime.

Até a véspera do primeiro turno, foram 590 denúncias. Mais 240 só na campanha pelo segundo turno, que acontece em apenas 51 cidades.

SP campeão. Até a tarde desta quinta, o estado líder em denúncias era São Paulo, com 107, seguido por Bahia, com 98, e Ceará, com 51. Já o estado com menos registros foi Roraima, com duas denúncias, seguido por Amapá, com cinco.


Fonte: UOL

Foto: José Cruz/Agência Brasil

Número de mortes por acidentes aéreos no Brasil em 2024 é o maior da última década

 


O Brasil teve em 2024 o maior número de mortes em acidentes aéreos dos últimos 10 anos. Segundo dados do Cenipa (Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos), até outubro foram 127 pessoas que morreram dessa forma no país em 136 acidentes aéreos. O número não contabiliza o acidente de quarta-feira (23), quando um avião de pequeno porte caiu no Vale do Paraíba, no interior de São Paulo. Todos os cinco ocupantes da aeronave morreram. Ainda não se sabe as causas da queda.

Antes de 2024, 2016 tinha sido o ano da última década com mais mortes registradas em acidentes aéreos, quando 104 pessoas morreram em 164 acidentes. Em 2024, o fator que mais contribuiu para o alto número de mortes foi a queda do avião da Voepass, em agosto. A aeronave caiu em Vinhedo (SP) com 58 passageiros e quatro membros da tripulação a bordo.

Um avião comercial não caía no Brasil desde 2007. O relatório final da investigação sobre o acidente da Voepass ainda não foi apresentado. Até o momento, as informações preliminares são de que a tripulação citou uma possível falha no sistema de degelo da aeronave pouco antes da queda. Contudo, os investigadores não conseguiram determinar, ainda, se realmente houve algum problema.


Fonte: R7

Foto: Reprodução/Abaeté Aviação

Grupo usou IA para invadir contas bancárias e desviar R$ 110 milhões


  A Polícia Civil do Distrito Federal (PCDF) deflagrou, nesta quinta-feira (24/10), uma operação contra um grupo criminoso que utilizava aplicativos de inteligência artificial (IA) para invadir contas bancárias de diversas instituições financeiras. As investigações apontam que os envolvidos realizaram mais de 550 tentativas de invasão a contas por meio de ataques coordenados.

Os criminosos utilizavam dados de pessoas e do método deepfake, com o qual conseguiam reproduzir a imagem dos correntistas para validar procedimentos de abertura de contas e habilitação de novos dispositivos.

Lavagem de dinheiro

Graças aos procedimentos de auditoria dos setores de prevenção de fraudes dos bancos, foi possível impedir grande parte dos ataques e invasões, segundo a PCDF. Porém, o grupo movimentou cerca de R$ 110 milhões por meio de contas de pessoas físicas e jurídicas. A ação sugere que houve uma lavagem de dinheiro relacionada às fraudes operadas nos últimos quatro anos.

A operação “DeGenerative AI” foi realizada por meio DRCPIM/CORF/DPE. Foi cumprido mandado de busca e apreensão na residência do principal responsável pelas invasões, sendo apreendidos diversos dispositivos informáticos que contribuirão para a investigação.


Fonte: Metrópoles

Foto: NurPhoto / Getty Images

quinta-feira, 24 de outubro de 2024

Governo Lula criou ‘orçamento paralelo’ para Pé-de-Meia, aponta relatório do TCU

 


A área técnica do TCU (Tribunal de Contas da União) aponta, em relatório preliminar, que o governo federal não poderia operar o programa Pé-de-Meia sem autorização do Congresso, conforme revelou reportagem do UOL.

Os técnicos — que embasam a decisão dos ministros da corte de contas — também sugerem que o TCU peça explicações ao Ministério da Educação, à CEF (Caixa Econômica Federal) e às secretarias do Tesouro Nacional e do Orçamento Federal para decidir se interrompe ou não os pagamentos aos estudantes do ensino médio.

O tribunal recebeu quatro pedidos de investigação com base na reportagem do UOL que revelou a manobra fiscal.

A reportagem mostrou que o MEC (Ministério da Educação) pagou neste ano R$ 3 bilhões aos beneficiários do Pé-de-Meia fora do Orçamento da União — a medida contraria as leis do Pé-de-Meia, de Responsabilidade Fiscal e a Constituição.

A área técnica do TCU analisou as informações reveladas pelo UOL e recomendou ao ministro Augusto Nardes que instaure investigação “pela necessidade de completo esclarecimento, dada a sua relevância e possibilidade de reincidência”.

Os técnicos afirmam que o ministro poderia “adotar medida cautelar, determinando a suspensão” dos pagamentos de forma a “preservar o interesse público”, como pediu o Ministério Público junto ao TCU.

No entanto, eles sugerem aguardar uma explicação prévia para o que chamaram de “arranjo heterodoxo”.

O MEC afirma que o Congresso aprovou, no orçamento de 2023, repasse de R$ 6,1 bilhões para o fundo privado onde está aplicado o dinheiro do Pé-de-Meia. No entanto, não solicitou autorização, em 2024, para sacar os recursos desse fundo e repassar aos estudantes (leia mais baixo).

‘Orçamento paralelo’

Com orçamento de R$ 20 bilhões, o Pé-de-Meia é o principal programa do governo Lula (PT) para educação e tem o objetivo de evitar a evasão escolar.

Alunos de baixa renda recebem uma mesada em troca de cursarem o segundo grau. Ao longo de três anos, são R$ 9.200 por estudante.

Como revelou o UOL, o governo pediu autorização do Legislativo apenas para depositar os recursos do programa em um fundo privado na Caixa (o Fipem), mas não solicitou o aval para sacar os valores que pretendia gastar neste ano.

Para a área técnica do TCU, isso indica que o MEC fez um “orçamento paralelo”.

Na prática, é como um casal ter dinheiro na poupança, e um deles gastar todo o montante sem avisar o outro.

“O custeio dessas despesas exige autorização do Parlamento”, constatou o TCU.

“Nesse rumo, ainda que a Lei 14.818/2024 [do Pé-de-Meia] tenha autorizado a União a criar e fazer aportes ao Fipem [fundo privado onde estão depositados os recursos do programa], preliminarmente, entende-se que a despesa relativa ao auxílio aos alunos deve ser consignada nos orçamentos anuais e executada via Orçamento da União em obediência aos princípios da anualidade orçamentária, da unidade de caixa e da transparência. Do contrário, ter-se-á orçamento paralelo àquele anualmente aprovado pelo parlamento”, complementou.

“O Pé-de-Meia é uma política pública que possui um arranjo heterodoxo por utilizar recursos públicos de forma extraorçamentária para executar política pública, por meio de um fundo privado”, Área técnica do TCU, em relatório sobre o Pé-de-Meia.

Os técnicos do TCU também questionam a opção de colocar os recursos no fundo privado.

Eles compararam o Pé-de-Meia com outras políticas públicas, como o Bolsa Família, “que cursam normalmente pelo Orçamento Geral da União, sem se valer de fundos privados”.

A criação do fundo privado foi aprovada pelo Congresso. O deputado Pedro Uczai (PT-SC), então relator do projeto na Câmara, incluiu o fundo no Pé-de-Meia.

A ideia partiu, contudo, do governo Lula. Antes do projeto, o governo editou uma Medida Provisória criando o programa já com a previsão de depositar o dinheiro em um fundo.

Na visão preliminar do TCU, “o arranjo administrativo adotado pelo Poder Executivo pode trazer consequências indesejáveis às finanças públicas e dificultar o controle dos órgãos públicos e da sociedade, tendo em vista a falta de transparência e o prejuízo à rastreabilidade dos recursos executados de forma extraorçamentária”.

O que diz o governo

O MEC afirma que o Congresso aprovou no orçamento de 2023 o repasse de R$ 6,1 bilhões para o Fipem.

Ocorre que a legislação prevê a inclusão no orçamento das duas ações:

1) quanto o governo vai transferir para o fundo privado (Fipem), operação chamada de integralização de cotas.
2) os valores que serão sacados do fundo para o pagamento dos beneficiários.

O MEC pediu autorização do Congresso apenas para a primeira ação, ainda em 2023, mas não pediu autorização em 2024 para sacar recursos e pagar os alunos.

Sobre a falta de transparência nos dados, o MEC não comenta.

Em resposta a pedido de informações feito pela Comissão de Fiscalização Financeira e Controle da Câmara, o ministério citou a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) para negar.

“Em respeito à Lei nº 13.709 (LGPD), especialmente com base nos princípios de necessidade e de segurança, não é possível compartilhar dados pessoais dos beneficiários.

O artigo 16 da lei que criou o Pé-de-Meia diz, contudo, que: “a relação dos estudantes contemplados com o incentivo financeiro-educacional de que trata esta Lei será de acesso público, divulgada em meio eletrônico e em outros meios.”

A Caixa afirma que apenas administra o Fipem e que toda movimentação é de responsabilidade do MEC, que envia “a relação de estudantes para efeitos de crédito dos incentivos financeiros-educacionais”.


Fonte: Andreza Matais – UOL

Foto: Valter Campanato/Agência Brasil

Prévia da inflação sobe 0,54% em outubro, diz IBGE

 


Os custos de energia pesaram nos bolsos dos consumidores em outubro e o IPCA-15 acelerou com força a 0,54% no mês, levando a taxa de inflação em 12 meses para bem perto do teto da meta do Banco Central.

O resultado, divulgado nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostrou que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15 (IPCA-15) ficou um pouco acima da expectativa em pesquisa da Reuters de 0,50%, depois de subir 0,13% em setembro.

Nos 12 meses até outubro o IPCA-15 acumulou avanço de 4,47%, de 4,12% no mês anterior, o que a deixa praticamente no teto do objetivo para a inflação –de 3,0%, com margem de 1,5 ponto percentual para mais ou menos, medida pelo IPCA.

A expectativa para o índice nessa base de comparação era de avanço de 4,43%.

O IBGE apontou que a maior variação e o maior impacto positivo vieram do grupo Habitação, com alta de 1,72% em outubro, de 0,50% em setembro.

Isso porque os preços da energia elétrica residencial dispararam 5,29% no mês, exercendo o maior impacto individual de alta no IPCA-15 de outubro.

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) impôs para o mês a bandeira tarifária vermelha patamar 2, o que implica a mais alta cobrança adicional na conta de luz.

Entre outros destaques do mês, os custos de Alimentação e bebidas passaram a subir 0,87%, de um avanço de 0,05% em setembro. A alimentação no domicílio teve aumento de 0,95% em outubro, após três meses consecutivos de redução de preço.

Houve altas do contrafilé (5,42%), do café moído (4,58%), e do leite longa vida (2,00%).

Os preços de Saúde e cuidados pessoais tiveram alta de 0,49% em outubro, de 0,32% no mês anterior, impactados pelo avanço de 0,53% no subitem plano de saúde após aplicação de reajustes.

Por outro lado, o grupo Transportes apresentou queda de 0,33%, de recuo de 0,08% em setembro, uma vez que os preços das passagens aéreas recuaram 11,40%.

No esforço para conter a alta de preços e assegurar a ancoragem das expectativas de inflação, o Banco Central deu início no mês passado a um ciclo de alta de juros, com um aumento de 0,25 ponto percentual na Selic, a 10,75%. A autoridade monetária volta a se reunir no início de novembro.

Em meio à expectativa de novo aumento na taxa, esse serão os dados de inflação de outubro que o BC terá em mãos já que os números do IPCA fechado de outubro sairão dois dias depois da decisão de política monetária.

A mais recente pesquisa Focus divulgada pelo Banco Central junto ao mercado mostra que a expectativa é de que o IPCA encerre este ano com alta acumulada de 4,50%, exatamente no teto da meta, com a Selic a 11,75%.


Fonte: CNN Brasil

Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil/Arquivo

Deputado sugere que PGR investigue queda de Lula no Alvorada


 O deputado Evair de Melo (PP-ES) protocolou na 3ª feira (22) um requerimento com uma indicação à PGR (Procuradoria Geral da República) para que o órgão peça a investigação da queda do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) no Palácio da Alvorada no último sábado (19).

No episódio, Lula machucou a cabeça depois de cair enquanto cortava as unhas do pé. No requerimento, Melo afirma que inicialmente o governo divulgou a versão de que o presidente teria escorregado, mas que depois surgiram “relatos divergentes” de que o acidente se deu por conta do rompimento de um banco em que Lula estava sentado. Segundo o deputado, a situação resultou em “questionamentos” sobre o estado de saúde do petista.

O congressista também citou as fotos de Lula em suposta “atividade normal” divulgadas pelo Planalto depois do acidente, o que, de acordo com Melo, levanta a necessidade de uma investigação sobre eventuais tentativas de “ocultar a gravidade do ocorrido ou de manipular a opinião pública”. O deputado afirma que a indicação tem como objetivo assegurar a transparência sobre o verdadeiro estado de saúde do chefe do Executivo e a “autenticidade” das informações repassadas pelo governo.

“Este é um tema de extrema relevância, pois envolve não apenas a integridade física do chefe de Estado, mas também a segurança institucional e a estabilidade do país […] A condição física de um líder nacional pode impactar diretamente o funcionamento do governo, o que exige que qualquer questão relacionada à sua saúde seja exposta de forma transparente”, afirma o congressista no documento.

Melo falou ainda na possibilidade de identificar “uso indevido” dos recursos públicos para “encobrir” a situação. “[…] é preciso apurar se houve qualquer ato ilícito ou irregularidade administrativa na forma como o incidente foi comunicado, e, se necessário, responsabilizar os envolvidos que possam ter agido de maneira inadequada ou fraudulenta, distorcendo informações que são de interesse público”, diz o requerimento.


Fonte: Poder 360

Foto: Reprodução 

Sobe para 10 número de pacientes que perderam globo ocular após infecção em mutirão de catarata no RN

 


Subiu para 10 o número de pacientes que perderam o globo ocular após serem infectados por uma bactéria em um mutirão de cirurgias de catarata na cidade de Parelhas, distante 245 quilômetros de Natal.

A informação foi confirmada ao g1 pelo secretário de saúde do município, Tiago Tibério, na manhã desta quinta-feira (24). O novo paciente que precisou retirar um dos olhos é um homem de 84 anos, segundo o gestor. A cirurgia de retirada do globo aconteceu nesta quarta (23).

Até então, o município tinha a confirmação de nove pacientes que precisaram retirar o globo ocular. Com a atualização, do total de 15 infectados no mutirão, 10 perderam o globo ocular, quatro passaram por cirurgia de vitrectomia, que substitui um gel na área interna do olho – e um paciente segue em acompanhamento.

Os pacientes infectados têm entre 43 e 84 anos de idade.

O secretário de saúde ainda afirmou que o município deve entregar ao Ministério Público, nesta sexta-feira (25), o relatório do inquérito civil aberto pela própria administração para investigar o caso. De acordo com ele, o processo corre em sigilo.

As cirurgias aconteceram nos dias 27 e 28 de setembro na Maternidade Dr. Graciliano Lordão, em Parelhas. Porém as infecções ocorreram apenas com pacientes do primeiro dia. Dos 20 pacientes operados na sexta-feira (27), 15 tiveram uma endoftalmite – infecção ocular causada pela bactéria Enterobacter cloacae.

Uma falha na limpeza e esterilização no ambiente onde foi realizado o mutirão de cirurgias de catarata é dada como certa pelo Ministério Público do Rio Grande do Norte, que abriu um inquérito sobre o caso.

“O que já se desenha nessa coleta inicial é que de fato houve uma falha na higienização e esterilização do ambiente cirúrgico. Não se pode ainda afirmar com a máxima precisão qual instrumento, ou se foi falha de origem humana no trato da paramentação, ou se nos instrumentos, mas obviamente sagra-se como evidência que houve, sim, falha na esterilização do ambiente cirúrgico”, afirmou a promotora de justiça substituta no município, Ana Jovina de Oliveira Ferreira, no dia 18 de outubro.

Ainda de acordo com a promotora, mesmo que a investigação ainda esteja em andamento, é possível dizer que o município tem responsabilidade civil objetiva e por isso deverá idenizar os pacientes.

“A gente está falando de um dano irreparável. No âmbito da responsabilidade civil do estado, a nossa constituição e ordenamento jurídico nos dá uma grande segurança para buscar uma indenização proporcional ao tão grave dano experimentado por essas vítimas”, afirmou.

O Ministério Público ainda confirmou na semana passada que o órgão também investiga o mutirão sobre outro aspecto: os promotores buscam saber se houve crime eleitoral, já que as cirurgias foram realizadas 10 dias antes das eleições municipais.

Uma investigação da Secretaria de Estado da Saúde Pública do Rio Grande do Norte (Sesap) também apontou que a infecção bacteriana tem indícios de ter sido causada por contaminação em procedimentos como higienização e esterilização.

A empresa Oculare Oftalmologia Avançada, contratada pelo município para realizar as cirurgias afirma que o mutirão foi conduzido por “oftalmologista experiente, tendo seguido os protocolos médicos e de segurança exigidos”.


Fonte: G1 RN

Foto: Ayrton Freire

RN tem maior aumento de casos de estupro de vulneráveis do Nordeste

 


O Rio Grande do Norte registrou o maior aumento de casos de estupro de vulneráveis no Nordeste em 2023, com um crescimento alarmante de 36,9%. Os dados, divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública e detalhados pelo Instituto Liberta, mostram que o estado potiguar é o segundo do País com o maior salto no número de vítimas, ficando atrás apenas de Rondônia, que apresentou uma alta de 64,6%. De acordo com o levantamento, o número de vítimas no Rio Grande do Norte passou de 707 para 968 entre 2022 e 2023.

O aumento foi quase cinco vezes superior à média nacional, que registrou um crescimento de 7,5% em 2023. No total, foram 64.237 casos de estupro de vulneráveis em todo o País no último ano. Estados como Ceará (17,9%) e Paraíba (14,5%) também superaram a média nacional, mas o Rio Grande do Norte se destaca de forma negativa por estar no topo da lista da região. Em contraste, estados como Maranhão apresentaram uma leve queda nos casos (-0,6%).

O Anuário Brasileiro de Segurança Pública destaca um perfil que reflete a gravidade do problema: 61,6% de todos os estupros registrados no país em 2023 tiveram como vítimas crianças menores de 14 anos. No Nordeste, esse padrão se mantém, com meninas negras sendo as principais vítimas desse tipo de violência. Elas representam 51,9% dos casos de estupro de vulneráveis no Brasil, seguidas por meninas brancas, que correspondem a 47,1%.

Outro dado preocupante revelado pelo levantamento é o local onde esses crimes ocorrem. Em 65,1% dos casos, a violência sexual foi praticada dentro de casa, e os principais agressores são, em 85,5% das vezes, familiares ou pessoas próximas das vítimas. O crime de estupro de vulneráveis, conforme definido pela legislação brasileira, abrange não apenas menores de 14 anos, mas também pessoas com enfermidades ou deficiências mentais que as impeçam de consentir.

Luciana Temer, presidente do Instituto Liberta, reforça a complexidade da análise desses dados e o impacto da subnotificação. “É uma análise que não é simples. O RN aparece com uma média mais alta do que a média brasileira, com 36% a mais de registros. Se a gente fizer uma análise contextualizada, vai verificar que ano a ano tem subido o número de registros de violência sexual contra crianças e adolescentes no Brasil todo. Esse aumento não é só do Rio Grande do Norte”, afirmou.

Ela também mencionou estudos que indicam uma subnotificação extrema. “Tem estudos que mostram a enorme subnotificação dessa violência. Um estudo do IPEA diz que só 8,5% dos casos de estupros são registrados e denunciados. Tem um outro estudo que o Instituto Liberta fez com o Datafolha em 2022 que apontou que, no Brasil todo, só 11% tinham denunciado as violências sexuais sofridas na infância. A gente está falando de uma subnotificação de 90% dos casos.

Quando você pensa que dos 100% dos casos que acontecem, somente 10% chegam ao conhecimento das autoridades, você imagina que há uma margem muito grande de crescimento”.

O aumento significativo dos registros de estupro de vulneráveis no Rio Grande do Norte evidencia a necessidade urgente de políticas públicas mais efetivas para a proteção de crianças e adolescentes, diz Temer. “Não só a repressão, mas sobretudo para prevenção desta violência. Quando a gente fala de denúncia e de punição, de enfrentamento da impunidade, isso é muito importante. A gente tem que começar a denunciar essas violências, tirar o silêncio, o sistema de Justiça tem que começar a trabalhar melhor com essas denúncias, mas nós precisamos pensar se a gente quer ser um País que prende estuprador ou se a gente quer um ser País onde o estupro não acontece”.

Brasil
No cenário nacional, os casos de estupro de vulneráveis cresceram 7,5% em 2023, atingindo um total de 64.237 registros. O Anuário Brasileiro de Segurança Pública revela que 61,6% das vítimas são crianças menores de 14 anos, reforçando a gravidade da violência sexual no país. Entre as principais vítimas estão meninas negras, que representam 51,9% dos casos.

O ambiente familiar é o local mais comum onde ocorrem esses crimes, com 65,1% dos estupros acontecendo dentro de casa e 85,5% dos agressores sendo familiares ou pessoas próximas das vítimas. Especialistas apontam que há uma subnotificação expressiva: estudos indicam que apenas 8,5% a 11% das violências sexuais contra crianças e adolescentes são denunciadas. Isso sugere que o número real de abusos pode ser muito maior.

Registros de casos em 2023
RN: 36,9% (de 707 para 968 casos)
CE: 17,9% (de 3.580 para 4.220 casos)
PB: 14,5% (de 1.125 para 1.288 casos)
SE: 7,4% (de 739 para 794 casos)
PI: 6,9% (de 850 para 908 casos)
AL: 6,2% (de 1.238 para 1.315 casos)
PE: 1,1% (de 3.958 para 4.002 casos)
BA: 3,7% (de 4.350 para 4.511 casos)
MA: -0,6% (de 1.550 para 1.541 casos)


Fonte: Anuário Brasileiro da Segurança Pública/Instituto Liberta e Tribuna do Norte

Foto: Reprodução 

Ceará Mirim