terça-feira, 5 de agosto de 2025

Investigação da PGR aponta corrupção em licitação milionária da COP30

 


Em 4 de outubro de 2024, dois dias antes das eleições municipais, uma denúncia anônima fez a Polícia Federal (PF) ir a uma agência do Banco do Brasil na Avenida Barão do Rio Branco, em Castanhal, cidade a 70 km de Belém, capital do Pará.

Ao chegar ao local, a PF encontrou o policial militar Francisco Galhardo com R$ 5 milhões em espécie. Galhardo foi flagrado do lado de fora do banco, no momento em que entregava R$ 380 mil a uma pessoa identificada como Geremias Hungria.

Todos foram presos em flagrante, acusados de crime eleitoral, e um inquérito foi aberto para apurar a origem e o destino do dinheiro. O celular apreendido naquele dia com o PM Francisco Galhardo levou os investigadores a suspeitas que vão além da compra de votos.

Nele, a PF encontrou tratativas de compra de votos e confirmou as suspeitas do ilícito eleitoral.

No entanto, o aparelho forneceu mais informações e resultou na descoberta de fortes indícios de uma série de outros crimes; entre eles, corrupção em uma licitação do governo do Pará relacionada à Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2025 (COP30).

As mensagens revelaram que o PM Francisco Galhardo era, na verdade, um funcionário do deputado federal Antônio Doido (MDB-PA) e desempenhava todo tipo de função, desde a segurança do parlamentar até o saque, o transporte e a entrega de valores milionários.

Além do saque de R$ 5 milhões pelo qual foi preso, os investigadores descobriram que, entre 2023 e 2024, Francisco Galhardo sacou R$ 48,8 milhões, de acordo com dados enviados pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf).

O dinheiro foi sacado de contas de duas construtoras: a J.A Construcons e a JAC Engenharia.


A primeira empreiteira tem como sócia Andréa Dantas, mulher do deputado federal Antônio Doido. A segunda está registrada em nome de Geremias Hungria, funcionário de uma fazenda do deputado, e o mesmo homem preso ao receber os R$ 380 mil de Francisco Galhardo, o PM que também trabalha para Doido.

As coincidências despertaram a desconfiança da Procuradoria-Geral da República (PGR). Para os investigadores, as duas empresas abastecem um esquema milionário relacionado ao desvio de verbas públicas e corrupção.

Contratos milionários

As duas empreiteiras vinculadas a Antônio Doido têm contratos milionários com o governo do Pará e venceram duas licitações da COP30. Uma de R$ 142 milhões e a outra de R$ 123 milhões, totalizando quase R$ 300 milhões. Somente na primeira a PGR aponta indícios de corrupção.

No celular apreendido pela PF, os investigadores encontraram dezenas de mensagens sobre saques milionários e entregas de valores realizadas por Francisco Galhardo.

Diálogos entre o PM e o secretário Benedito Ruy Cabral, conhecido com Ruy Cabral, chamaram a atenção dos investigadores e levantaram suspeitas sobre corrupção na licitação da COP30.

Ao menos quatro mensagens trocadas pelo PM Francisco e o secretário de obras do Pará são apontadas pela PGR como forte indício de que eles tratavam da entrega de dinheiro de corrupção relacionada à conquista da licitação da COP30 conduzida pelo próprio Ruy Cabral.

“Vem.”
“Entra. Vem. Na minha porta atrás.”
“Meu chefe, eu deixei com… Eu deixei com a Andreia.”
As conversas, coincidentemente, iniciam-se no mesmo dia, 20 de setembro de 2024, em que o consórcio formado pelas duas empresas ligadas a Antônio Doido vence a licitação da COP30. Também na mesma data, o PM Francisco Galhardo sacou R$ 6 milhões.


Telefonema, mensagens e entrega

Logo após retirar os valores, o PM trocou mensagens cifradas que indicavam um encontro com o secretário de Obras e a entrega de algo.

Na visão dos investigadores, os diálogos “sugerem a ocorrência de crimes de corrupção passiva e ativa”.

A PGR narra que, após o saque milionário, o PM Francisco Galhardo “efetuou chamada de voz para Rui Secretário”, conforme consta no contato salvo no celular do policial.

“Rui Secretário” é o secretário de Obras Públicas do Pará, Ruy Cabral, segundo a PGR.

A chamada de voz, que não chegou a ser atendida, e as mensagens trocadas em seguida, de acordo com os investigadores, mostram a intenção do PM em se encontrar com o secretário responsável pela licitação da COP30 “pouco mais de duas horas após o consórcio” vencer a licitação.

“Inicialmente, o secretário encaminhou a Galhardo a mensagem: ‘Vem’. Vinte minutos depois, Galhardo respondeu com três mensagens, posteriormente apagadas, e tentou uma chamada de voz”, diz a PGR ao citar as conversas.

Em seguida, o PM mandou uma nova mensagem e informou estar em local em frente à secretaria do governo do Pará.

“Ao que o secretário respondeu que foi chamado para uma reunião com o deputado Chicão e que retornaria em 15 minutos”, diz a PGR, referindo-se às mensagens trocadas entre o PM Francisco Galhardo e Ruy Cabral.

Passados 40 minutos, o secretário Ruy Cabral encaminhou uma nova mensagem: “Entra. Vem. Na minha porta atrás”.

Em outra mensagem em áudio, o PM indica não ter conseguido ir ao local e diz ter deixado algo para o secretário, com uma pessoa chamada “Andreia”, mesmo nome da esposa do deputado federal Antônio Doido, Andréa Dantas.

Essa mensagem na qual Francisco Galhardo interage com o secretário demonstra a intimidade e a hierarquia com que o PM trata o secretário de Obras.

“Meu chefe, eu deixei com com a Andreia”, diz trecho do áudio enviado por Francisco Galhardo.

A PGR ainda cita uma nova tentativa de encontro tratada em mensagens pelo PM Francisco Galhardo e o secretário de Obras no dia 23 de setembro, três dias depois do consórcio ganhar a licitação da COP30.

Nesse dia, o PM Francisco Galhardo tenta ligar para Ruy e envia: “Boa tarde!!”. O secretário de Obras do Pará responde: “Estádio”.

“Ok. Quando o sr. retornar para a Sedop me avise. Estou na Augusto Montenegro indo para o centro”, diz o PM em resposta.

Por fim, segundo a PGR, o encontro entre os dois ocorreu em 24 de setembro, quatro dias após o consórcio formado pelas empresas ligadas ao deputado Antônio Doido, chefe do PM Francisco Galhardo, vencer a licitação da COP30 conduzida pelo secretário Ruy Cabral.


Organização criminosa

Com base nesse material, a Procuradoria-Geral da República pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) a abertura de inquérito contra o deputado Antônio Doido, sua esposa, Andréa, o PM Francisco Galhardo e o secretário Ruy Cabral, por suspeita de vários crimes, entre eles, corrupção passiva e ativa.

“Além de as duas pessoas jurídicas que formam o consórcio serem suspeitas de pertencer ao deputado federal (Antônio Doido), diversos elementos circunstanciais adicionais reforçam a suspeita de corrupção de agentes públicos para viabilizar a adjudicação da obra”, afirma a PGR.

Os “elementos circunstanciais adicionais” citados pela PGR são conversas encontradas no celular do PM Francisco Galhardo.

Segundo a PGR, Antônio Doido, Galhardo e o secretário do governo do Pará “aparentam integrar organização criminosa voltada à prática de crimes contra a administração pública e violações em processos de licitação e contratos administrativos, predominantemente no estado do Pará”.

“Adicionalmente, foram identificadas evidências do cometimento de delitos eleitorais e transgressões contra o sistema financeiro nacional”, diz a PGR.

O pedido da PGR é de fevereiro de 2025. Um mês antes, em janeiro, o governo do Pará, comandado pelo governador Helder Barbalho (MDB), havia cancelado o ato que sagrou o consórcio das empresas ligadas a Antônio Doido vencedor na licitação da COP30.

Segundo a PGR, o rompimento do contrato quatro meses após as mensagens indicarem possível corrupção na licitação foi “possivelmente em razão das sucessivas denúncias que questionavam a lisura do procedimento licitatório, bem como em decorrência da prisão em flagrante de seu sócio administrador, Geremias Hungria, em outubro de 2024”.

O caso, atualmente, é relatado pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal. Após o pedido da PGR, a PF deu seguimento à investigação dos fatos narrados pela Procuradoria-Geral em fevereiro.

O resultado da análise vai dizer se mais um grande evento internacional realizado no Brasil, assim como a Copa do Mundo e as Olímpiadas, ficará manchado pela corrupção.

Outro lado

Procurado pela coluna, o governo do Pará, em um primeiro momento, disse que a licitação não estava inserida entre as intervenções da COP30.

Após ser informado pela coluna que o dado sobre a licitação ser uma das intervenções da COP30 estava no próprio site do governo paraense (veja imagem abaixo), a assessoria de imprensa enviou nova manifestação. Nela, o governo do Pará afirma que “a COP30 em Belém abriu oportunidades estratégicas para enfrentar antigas carências de infraestrutura do município”.


Print de documento do governo do Pará sobre obra para a COP30

Ainda segundo o governo do Pará, estudos técnicos preliminares foram realizados e foi produzido um portfólio de intervenções.

“Todavia, algumas iniciativas, a exemplo de outras obras de mobilidade, eficiência energética, turismo e saneamento, acabaram sendo excluídas do conjunto de obras originalmente associado à COP30”, disse o governo.

Sobre a licitação com suspeita de corrupção, o governo disse que o processo licitatório “foi formalmente revogado, ato devidamente publicado em dezembro de 2024, e que toda a documentação preliminar permanece acessível para consulta pública, reafirmando o compromisso e dever do governo do estado do Pará com a transparência e o interesse público”.

Como mostra a reportagem, o cancelamento da licitação se deu após a prisão do PM Francisco Galhardo e, segundo a PGR, depois da divulgação das notícias de suspeitas de irregularidades no procedimento licitatório.

A gestão estadual também se posicionou sobre o secretário de Obras Públicas, Ruy Cabral.

“O governo do Pará esclarece que, no exercício de suas funções, o secretário mantém interlocução institucional com órgãos da administração pública e representantes da sociedade civil exclusivamente para a consecução do interesse público, não se estendendo a qualquer espécie de relação de natureza privada”, diz a nota.

Ainda de acordo com o governo, o secretário Ruy Cabral “não participou de reuniões com o policial mencionado, tampouco recebeu bens, valores ou benefícios de tal agente, e não foi notificado acerca de qualquer investigação ou procedimento administrativo ou judicial que o envolva”.

“O governo do estado reforça que não possui ciência de qualquer investigação originada a partir das contratações citadas e que, caso seja formalmente notificado, colocará imediatamente todos os mecanismos de controle interno à disposição das autoridades competentes, assegurando a pronta elucidação dos fatos”, afirma a nota.


Fonte: Metrópoles

Foto: Reprodução 

Denúncia aponta que Moraes teria violado Lei de Proteção de Dados em apuração do 8/1

 


O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), teria violado a LGPD (Lei Geral de Proteção de Dados) ao investigar envolvidos nos atos criminosos do dia 8 de janeiro de 2023. É o que aponta uma denúncia publicada pela Civilization Works — organização americana que defende ideais liberais.

A Civilization Works é uma organização de pesquisa e causas públicas, com posicionamento em defesa da civilização liberal-democrática e crítica ao que considera autoritarismo progressista.

A publicação exibe a troca de mensagens que seriam do ex-assessor de Moraes no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), Eduardo Tagliaferro, com outros juízes e auxiliares do ministro, entre eles a chefe de gabinete no STF Cristina Kusuhara.

As conversas vazadas indicam que o Moraes teria contado com funcionários do TSE para realizar uma investigação extraoficial sobre os detidos.

Por lei, qualquer pedido de dados pessoais deve ser feito pelo Ministério Público ou via autoridades policiais, devidamente justificado e autorizado por um juiz competente.

As unidades internas do TSE não têm autoridade para conduzir investigações criminais ou substituir funções da polícia judiciária.

Segundo o texto da Civilization Works, a AEED (Assessoria Especial para o Combate à Desinformação) teria começado a operar como uma estrutura paralela de triagem criminal sem qualquer base legal. Equipes sob a direção do TSE, ainda segundo o texto, teriam acessado bancos de dados biométricos do tribunal e vasculhado perfis nas redes sociais, gerarando relatórios internos.

Certidões produzidas com essas informações nunca foram compartilhadas e submetidas às defesas, nem fizeram parte dos autos, diz a organização na publicação.

O texto afirma também que a equipe da AEED teria recebido acesso ao GestBio e começado a usá-lo para identificar manifestantes com base em imagens — GestBio é o sistema do TSE que armazena os dados biométricos dos eleitores, como impressões digitais, fotos do rosto e assinaturas coletadas durante o cadastro eleitoral, informações usadas para evitar fraudes e duplicidade de registros.

O objetivo dessa busca seria encontrar uma foto recente de cada detido. Depois de associar um nome a um rosto, a equipe teria vasculhado as plataformas de mídia social em busca de postagens que pudessem ser interpretadas como “antidemocráticas”.

“As mensagens mostram funcionários recebendo listas informais de detidos diretamente da polícia — incluindo nomes, fotos e números de identidade — sem qualquer cadeia de custódia formal. Em um áudio, um policial federal pediu para manter a confidencialidade porque os dados eram ‘muito procurados’. O pedido não era apenas por discrição – revelava a consciência de que o material estava sendo compartilhado fora dos canais legais adequados”, diz a publicação.


Fonte: CNN

Foto: Supremo Tribunal Federal

Hotéis se recusam a explicar preços exagerados para COP30


 Os hotéis de Belém se recusam, há dois meses, a prestar informações ao Ministério da Justiça sobre os preços exorbitantes praticados para a COP30, a conferência sobre clima da ONU (Organização das Nações Unidas) marcada para novembro na capital paraense.

Em documentos aos quais a Folha teve acesso, pelo menos dez empresas do setor não responderam, ao menos em parte, os questionamentos feitos pela Senacon, a Secretaria Nacional do Consumidor do Ministério da Justiça, no processo administrativo que apura possíveis irregularidades nas diárias oferecidas para o período do evento.

Nas respostas, há redes hoteleiras concorrentes que apresentam argumentações praticamente idênticas —e não informam nada.

Em outro caso, um hotel de luxo construído especialmente para a COP (que contou com R$ 20 milhões de uma linha de crédito especial oferecida pelo governo federal) usou o próprio evento e a falta de capacidade da cidade —que o hotel supostamente deveria ajudar a sanar— para justificar diárias de R$ 15 mil, na média.

Procurada, a ABIH (Associação Brasileira da Indústria de Hotéis) afirmou, por meio do seu presidente no estado, Antonio Santiago, que “certamente [as empresas] estão aplicando uma lei antiga: oferta e procura”.

A infraestrutura de Belém vem sendo questionada desde que a cidade foi escolhida para sediar a COP30 e nas últimas semanas o preço da hospedagem tornou-se o epicentro de uma crise.

Como revelou a Folha, países do mundo inteiro, ricos e em desenvolvimento, assinaram uma carta pressionando o governo de Luiz Inácio Lula da Silva a mudar ao menos parte da conferência para outra cidade.

No documento, os negociadores dizem que “se a COP inteira for mesmo acontecer” na cidade, parâmetros mínimos logísticos devem ser atendidos —condições que devem ser respeitadas “seja em Belém ou em outro lugar”.

Antes, a agência Reuters mostrou que a UNFCCC (o braço de clima da ONU) realizou uma reunião de emergência para tratar do tema.

O presidente da COP30, o embaixador André Corrêa do Lago, vem afirmando que os responsáveis pela atual crise são os preços praticados pelo setor hoteleiro, mas que não há nenhuma possibilidade de uma mudança na sede do evento.

“Acredito que talvez os hotéis não estejam se dando conta da crise que eles estão provocando”, disse em uma ocasião.

“A COP vai ser em Belém, o encontro de chefes de Estado vai ser em Belém e não há nenhum plano B”, afirmou, em outra.

Desde junho a Senacon questiona empresas que atuam em Belém sobre os valores praticados para a COP —há registro de preços 1.000% mais altos que a média comum.

Entre as solicitações feitas pela Senacon aos hotéis estão informações sobre as diárias praticadas normalmente e durante a COP30, e uma justificativa para eventual alteração.

Nos documentos aos quais a Folha teve acesso, o principal argumento para não explicar os valores praticados é que seus contratos e sua política de preço são protegidos por confidencialidade.

Uma das apostas dos organizadores da COP30 para solucionar o problema de déficit de leitos em Belém foi a transformação em hospedagem do antigo prédio da Receita Federal —que pegou fogo em 2012 e desde então, estava inutilizado.

O governo do Pará cedeu a construção para a rede Tivoli criar no local um hotel cinco estrelas, com previsão de investimento de R$ 20 milhões por meio de crédito especial concedido pelo Fundo Gestor do Turismo (ligado ao Ministério do Turismo), via Banpará (o banco do estado do Pará).

Segundo a própria resposta da empresa à Senacon, a diária média para o período do evento está em R$ 15 mil —a suíte presidencial sai por R$ 206 mil.

Em um primeiro momento, a Tivoli afirma que não há como se falar em aumento de preço, uma vez que a rede iniciará suas operações às vésperas da COP.

Depois, afirma porém que o valor se justifica porque “a cidade de Belém não dispõe atualmente de capacidade hoteleira compatível com a magnitude” do evento —que foi justamente o motivo pelo qual foi viabilizado o investimento para a construção do hotel.

E finalmente, decide não explicar a política de preços praticada porque “a divulgação pública de negociações específicas pode comprometer princípios legais”.


Fonte: Folha de S.Paulo

Foto: Folha de S.Paulo

Moraes decreta prisão de Bolsonaro e PF recolhe celulares do ex-presidente



 Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, decretou, a prisão domiciliar do ex-presidente da República Jair Bolsonaro (PL), nesta segunda-feira (4). Na decisão, o ministro argumentou que o ex-presidente tem feito "reiterado descumprimento das medidas cautelares". Agora, a prisão impede de receber visitas, com exceção de seus advogados, podendo apenas ter contatos de pessoas previamente autorizadas pelo STF.

Bolsonaro também será obrigado a cumprir as seguintes medidas:

Proibição expressa de utilizar celulares, tirar fotos ou gravar imagens durante as visitas.

Proibição de uso de celular, diretamente ou por intermédio de terceiros.

Manutenção expressa das proibições anteriores de manter contatos com embaixadores e autoridades estrangeiras, bem como de utilização de redes sociais, direta ou indiretamente por terceiros.

O ex-presidente já estava submetido a uma série de cautelares impostas por Moraes. As medidas iniciais incluíam a proibição de ausentar-se do país, com uso de tornozeleira eletrônica e recolhimento domiciliar no período noturno (das 19h às 6h) e nos fins de semana.

Além disso, havia a proibição de aproximação e acesso a sedes de embaixadas e consulados, de manter contatos com embaixadores ou autoridades estrangeiras, e com demais réus e investigados. Sobre uso de redes sociais, Bolsonaro estava proibido de utilizar, diretamente ou por intermédio de terceiros.

A proibição de uso de redes sociais determinadas por Moraes a Bolsonaro ordenava que não seriam admitidas transmissões, retransmissões, veiculação de áudios, vídeos ou transcrições de entrevistas em qualquer plataforma de redes sociais, nem o uso desses meios para burlar a medida, sob pena de imediata de prisão.

Nesta segunda, Moraes decretou a prisão argumentando que houve o descumprimento através de participação de Bolsonaro, via telefone, de uma manifestação realizada no último domingo (3/8) no Rio de Janeiro. A foto do ex-presidente, trancado em casa, assistindo os atos pelo celular, foi republicada pelos filhos Carlos e Flávio Bolsonaro nas redes sociais deles.

Na data, Bolsonaro estava em casa, em Brasília, justamente por conta das medidas cautelares impostas anteriormente e apenas assistiu os atos transmitidos em diversos canais, inclusive pela imprensa.

“A Justiça não permitirá que um réu faça de tola, achando que ficará impune por ter poder polpitico e econômico. A Justiça é igual para todos. O Réu que descumpre deliberadamente as medidas cautelares-pela segunda vez0 deve sofrer as consequências”, diz a decisão de Moraes.


A PF (Polícia Federal) foi acionada para cumprir busca e apreensão na casa do ex-presidente e apreender seu celular.


Fonte: Bnews Natal 

Foto: Reprodução 


EUA condenam decisão de Moraes: “Deixem Bolsonaro falar”

 


Os Estados Unidos condenaram nesta segunda-feira (4) a decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de determinar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro.

Em uma postagem nas redes sociais, o Escritório do Departamento de Estado para Assuntos do Hemisfério Ocidental criticou a medida do ministro Alexandre de Moraes, alegando uma ameaça a democracia:

“O juiz [Alexandre] Moraes, agora um violador de direitos humanos sancionado pelos EUA, continua a usar as instituições brasileiras para silenciar a oposição e ameaçar a democracia”, diz a nota.

“Impor ainda mais restrições à capacidade de Jair Bolsonaro de se defender em público não é um serviço público. Deixem Bolsonaro falar! Os Estados Unidos condenam a ordem de Moraes que impõe prisão domiciliar a Bolsonaro e responsabilizarão todos aqueles que auxiliarem e forem cúmplices da conduta”, finaliza o comunicado.


De acordo com a decisão publicada nesta segunda-feira (4), Moraes argumentou que o ex-presidente tem feito “reiterado descumprimento das medidas cautelares”

Segundo a decisão, Bolsonaro está proibido de receber visitas, com exceção de seus advogados e pode ter contato apenas com pessoas autorizadas pelo Supremo.

O ex-presidente ainda está proibido de usar o celular, direta ou indiretamente, por intermédio de terceiros. No último domingo (3), o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) fez uma chamada de vídeo de Bolsonaro na manifestação em Copacabana, no Rio de Janeiro.

Moraes ainda reafirma na decisão que manteve as cautelares em proibir o ex-presidente de ter contato com embaixadores e se aproximar de embaixadas ou autoridades estrangeiras. Além manter a proibição do uso das redes sociais.

A PF (Policia Federal) cumpriu busca e apreensão na casa do ex-presidente e apreendeu seu celular.

Em nota, a defesa disse que “foi surpreendida com a decretação de prisão domiciliar, tendo em vista que o ex-presidente Jair Bolsonaro não descumpriu qualquer medida”.

Fonte: CNN

Foto: EFE-Via Agência Brasil

Governistas temem efeitos da prisão de Bolsonaro sobre negociação com os EUA

 


Integrantes do governo Lula (PT) admitiram, sob reservas, a possibilidade de a decretação da prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) exasperar o presidente americano, Donald Trump, a dois dias da adoção das sanções anunciadas por ele contra o Brasil.

Aliados do presidente Lula reconhecem que Trump pode usar a decisão como pretexto para obstruir negociações após o americano impor, em ato assinado na semana passada, uma sobretaxa de 50% a produtos importados do Brasil, com uma lista de quase 700 exceções —o tarifaço entra em vigor na quarta-feira (6). Admitem também a possibilidade de vitimização do ex-presidente. No entanto, alegam que a prisão era inevitável, uma vez que Bolsonaro desprezou uma determinação judicial.

O ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes determinou nesta segunda-feira (4) a prisão domiciliar de Bolsonaro, presidente do Brasil entre 2019 e 2022 e réu no processo sobre suposta tentativa de golpe de Estado no final de seu governo.

A ordem de prisão foi dada após Bolsonaro descumprir, no entendimento de Moraes, medidas cautelares impostas após a operação de 18 de julho, quando o ex-presidente foi obrigado a colocar tornozeleira eletrônica e proibido de usar redes sociais.

No domingo (3), durante atos por anistia a réus da trama golpista, Bolsonaro esteve presente por meio de vídeos exibidos por apoiadores ou por ligações em vídeo. O ex-presidente estava proibido de usar redes sociais, mesmo que intermédio de outras pessoas.

Diferentemente da reação de duas semanas atrás, quando ministros tiraram do ar comentários sobre a instalação de tornozeleira em Bolsonaro, desta vez, auxiliares do presidente evitaram exaltações públicas à decisão do STF.

Nas redes, petistas tentaram explicar a determinação de Moraes. O presidente do PT, Edinho Silva, afirmou que a prisão domiciliar preventiva de Bolsonaro precisava ser contextualizada.

Edinho lembrou que é referente ao desrespeito a uma ordem judicial tomada no âmbito da investigação da suposta tentativa de golpe em 2023. “Tal golpe também objetivava tirar a vida de lideranças de instituições fundamentais da República: Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes. Se existe uma ordem do Supremo e ela é descumprida, é evidente que o judiciário tem a prerrogativa de aumentar a penalidade proposta”, justificou Edinho.

O presidente do PT disse também que, se as Instituições foram feridas, os defensores da democracia têm de ficar ao lado da legalidade.

Embora admitam risco de prejuízos à negociação com os EUA, aliados de Lula lançam dúvidas sobre a disposição de Trump ao diálogo. Na sexta-feira (1º), o presidente americano disse que Lula pode falar com ele quando quiser para discutir as tarifas impostas a produtos brasileiros.

Trump não indicou, porém, como seria aberta essa negociação. Um ministro afirma que essas negociações bilaterais exigem um certo protocolo, o que não aconteceu. Esse colaborador de Lula lembra que Trump tem condicionado a revisão das sanções ao afrouxamento de medidas aplicadas a Bolsonaro.

Outro auxiliar de Lula ressalta que essa conversa entre os dois presidentes requer uma negociação prévia dos pontos a serem abordados, sob pena de os ânimos serem acirrados.


Fonte: Folha de S.Paulo

Foto: Pedro Ladeira/Folhapress

Prefeitura amplia ações de poda e paisagismo em todas as zonas de Natal nesta semana


 A Prefeitura do Natal, por meio da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos (Semsur), iniciou nesta segunda-feira (4) uma nova etapa da programação de podas, manutenção arbórea e serviços de paisagismo em diversos bairros da capital. Coordenadas pelo Departamento de Paisagismo, as ações têm como objetivo garantir a segurança da população, melhorar a mobilidade urbana e preservar a arborização da cidade.

A operação contempla todas as zonas administrativas de Natal — Leste, Oeste, Sul e Norte — com intervenções em bairros e vias estratégicas. Na zona Oeste, os serviços ocorrem nas ruas Francisca Campos, Antônio Trigueiro e Garanhuns, no bairro Cidade Esperança. Na zona Sul, as equipes atuam nas ruas Estrela Dalva (Pirangi), Pedro Izidro de Medeiros (Ponta Negra) e nas ruas Paulo Lira, João Paulo I e Lafayete Lamartine, em Candelária. Já na zona Leste, os trabalhos se concentram na Avenida Deodoro da Fonseca, na Cidade Alta, e em diversas vias das Rocas, como Almino Afonso, Pereira Simões, Jacinto Dantas, Ferreira Itajubá e Santo Inácio. Na zona Norte, os serviços incluem a Rua do Aboio, em Nova Natal, e o entorno da Escola Municipal Adelina Fernandes, no bairro Potengi.

Para o secretário municipal de Serviços Urbanos, Felipe Alves, a continuidade dessas ações é essencial para o bem-estar dos natalenses.
“Nosso trabalho vai além da estética urbana: ele impacta diretamente na segurança, acessibilidade e qualidade de vida da população. A arborização, quando bem cuidada, valoriza os espaços públicos e previne acidentes causados por quedas de galhos ou obstruções em vias e equipamentos urbanos”, pontuou.

Na semana anterior, o bairro de Felipe Camarão, na zona Oeste, recebeu um mutirão intensivo da Semsur, com serviços de poda, erradicação e remoção de árvores em duas vias de grande extensão e circulação, contribuindo para a melhoria da acessibilidade e segurança local.

A população pode solicitar podas ou remoções de árvores em situações de risco — como obstrução de semáforos, interferência em luminárias públicas, impedimento à passagem de veículos altos ou riscos iminentes à integridade de imóveis e à segurança de pedestres. Os pedidos devem ser encaminhados ao Departamento de Paisagismo da Semsur pelo e-mail setorarboreo@gmail.com ou presencialmente, na Rua Princesa Isabel, nº 799, Cidade Alta.

segunda-feira, 4 de agosto de 2025

Salatiel mobiliza o PL de Parnamirim para receber a Oficina do Rota 22

 


O Partido Liberal (PL) de Parnamirim, presidido por Salatiel de Souza, vai sediar nesta quarta-feira (06) a Oficina do Rota 22, com foco na construção de políticas públicas municipais. O evento acontece às 14h, na Câmara Municipal de Parnamirim, com realização da Consultoria Sagres.

Com o tema “Desafios e Potencialidades Municipais”, a oficina tem como objetivo reunir gestores, lideranças e cidadãos para debater soluções inovadoras para os desafios enfrentados pelas cidades brasileiras.

Salatiel, que foi candidato a prefeito de Parnamirim em 2024, reforça a importância da escuta ativa e do planejamento estratégico para o desenvolvimento da cidade:

“Este é um momento de diálogo sério. Precisamos pensar políticas públicas a partir da realidade do povo, com planejamento, técnica e visão de futuro.”

O evento é gratuito e aberto ao público.

Polícia Civil conclui inquérito e indicia por tentativa de feminicídio homem que deu 60 socos em namorada


 A Polícia Civil concluiu o inquérito e indiciou Igor Cabral por tentativa de feminicídio. Ele agrediu brutalmente sua então namorada, Juliana Garcia com 61 socos em um elevador em Natal.

O inquérito foi remetido ao Ministério Público e ao Poder Judiciário.

No relatório final, a Polícia Civil reforçou a necessidade de manutenção da prisão preventiva, já decretada, diante da gravidade dos fatos, da periculosidade do indiciado e da necessidade de proteção à integridade física e psicológica da vítima.


Fonte: Blog do BG

Foto: Reprodução 

"Agressor do elevador" envia nota à imprensa com recado para Juliana: “Minhas orações e meu mais genuíno respeito”


 Em nota enviada à imprensa, Igor Cabral, que agrediu sua então namorada com mais de 60 socos e chocou o Brasil, manifesta arrependimento pelos acontecimentos que causaram sofrimento especialmente a Juliana, sua filha, sua família e seus próprios pais.

“Lamento profundamente que minha conduta, influenciada por um contexto de uso de substâncias e instabilidade emocional, tenha contribuído para essa situação”, diz em um trecho.

Confira na íntegra:

NOTA À IMPRENSA E À SOCIEDADE

Eu, Igor Eduardo P. Cabral, venho com profundo respeito, me manifestar diante dos acontecimentos recentes que abalaram tantas pessoas. Reconheço que houve dor, angústia e sofrimento, especialmente para Juliana, sua filha, sua família, bem como para os meus pais e demais entes queridos.

Lamento profundamente que minha conduta, influenciada por um contexto de uso de substâncias e instabilidade emocional, tenha contribuído para essa situação. Embora as circunstâncias ainda estejam sendo apuradas, sinto a necessidade sincera de expressar meu pedido de perdão a todos que, de alguma forma, foram afetados.

Não tenho intenção de justificar nada, tampouco minimizar o impacto dos fatos. Apenas desejo que Juliana consiga encontrar força para seguir em frente, com serenidade, coragem e paz. A ela, sua filha e sua família, envio minhas orações e meu mais genuíno respeito.

Enfrento o momento atual com humildade e esperança de que, com o tempo, todos os envolvidos possam encontrar caminhos de cura, reflexão e recomeço.

Com arrependimento e respeito,

Igor Eduardo P. Cabral


Fonte: Blog do BG

Foto: Reprodução 

Ceará Mirim