Rebeca Andrade não conseguiu superar Simone Biles na final
individual geral das Olimpíadas de Paris-2024, mas repetiu a prata conquistada
nos Jogos de Tóquio, em 2021, com desempenho melhor que o anterior, ao ficar
com pontuação geral de 57.932, contra 59.131 da americana. Tal resultado deu à
guarulhense de 25 anos sua quarta medalha olímpica, o que a tornou a mulher com
mais pódios em Olimpíadas na história do esporte brasileiro, superando a
jogadora de vôlei Fofão e a judoca Mayra Aguiar. A medalha de bronze ficou com
a americana Sunisa Lee, e Flávia Saraiva terminou em nono lugar.
Rebeca começou a primeira rotação no salto, uma de suas
especialidades, no mesmo grupo que Simone Biles. Assim como fez na final por
equipes, apostou no cheng para conseguir uma nota alta e conseguiu execução
melhor que na outra decisão. A avaliação, contudo, foi a mesma, com nota
15.100.
Em seguida, Simone fez um salto de maior dificuldade no
código de pontuação do que o apresentado pela brasileira, o Biles 2.
Aaterrissagem não foi perfeita, mas o conjunto da obra rendeu nota 15.766, a
maior dessas Olimpíadas. Assim, a guarulhense terminou o aparelho em segundo
lugar, atrás da americana.
Flávia Saraiva, por sua vez, começou a final pelas barras
assimétricas. Foi precisa nas piruetas e nas ligações entre as barras, até
executar um mortal e concluir com firmeza, apesar de um leve desequilíbrio.
Depois de Flavinha, foi a vez de Rebeca nas barras, no disputa da segunda
rotação, e fez uma boa série com saída de tsukahara. Teve algumas oscilações,
porém foi o suficiente para tirar nota 14.666, superior aos 13.733 conseguidos
por Biles.
Mais do que ter uma avaliação no aparelho, a brasileira
assumiu a liderança geral. Já Simone Biles caiu para terceiro lugar, porque foi
ultrapassada também pela argelina Kaylia Nemour, que conseguiu um
impressionante 15.533 nas barras assimétrica.
Para Flavinha, a segunda rotação foi na trave, aparelho em
que ela foi sétimo lugar nos Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. A apresentação
foi de acordo com as expectativas. Com poucos erros, como um leve desequilíbrio
depois de um mortal, ela foi consistente e saiu da trave aplicando dois mortais
carpados. Encerrou com um passo para trás, mas pontuou 14.266. Ao fim da
segunda rotação, estava em sétimo, e Rebeca em primeiro.
Na terceira rotação, Flávia Saraiva foi para o solo e
Rebeca Andrade para a trave. Flavinha teve uma queda logo no início da
apresentação, ao som do Can-Can, mas não se abalou e encerrou com um sorriso no
rosto, mesmo sabendo que a nota estava comprometida. A avaliação dos juízes foi
de 12.233.
Primeira a se apresentar no grupo de Rebeca na trave, Biles
tirou 14.566 e assumiu a liderança. A brasileira subiu na trave por último e
iniciou com um leve desequilíbrio, mas finalizou bem, com dois mortais
carpados, e recebeu um abraço da rival americana. A nota foi 14.133, que a
deixou atrás de Biles, em segundo lugar.
Apreensão total se formou para a última rotação, na qual
Rebeca se apresentaria em penúltimo na ordem do solo, antes de Biles encerrar
as apresentações do aparelho. Antes da grande decisão entre as duas estrelas,
Flavinha terminou sua participação com 13.633 no salto e chegou a ser
vice-líder da classificação geral, em um momento em que ainda restavam muitas
competidoras disputando a última rotação.
O primeiro solo do grupo final foi da italiana Alice
D’Amato, que brigava por medalha e assumiu a liderança com 56.333 de pontuação
geral ao tirar nota 13.500. Ninguém a ultrapassou, até a americana Sunisa Lee
fazer 13.666 e roubar a primeira colocação, com 56.465.
Em seguida, veio Rebeca, carregando grande responsabilidade
com sua apresentação ao som de Anitta, Beyoncé e Baile de Favela. Pisou fora
das marcações logo no início, após tsukuhura, porém a sequência foi
praticamente impecável, cravando séries de mortais e encerrando bem, o que
rendeu 14.033 de nota e a levou para a primeira colocação. Simone Biles tirou
15.666 e superou a brasileira.
Fonte: Estadão Conteúdo
Foto: Luiza Moraes/COB