quinta-feira, 28 de março de 2019

Mercado financeiro em alerta: Bolsa fecha em queda de 3,6%, o segundo maior recuo desde a greve de caminhoneiros que parou o país

A derrota imposta ao governo pela Câmara dos Deputados na terça-feira acendeu a luz amarela no mercado brasileiro de ações, o que levou o índice Bovespa a uma queda de 3,57%, aos 91.903,40 pontos, na mínima do dia. 

É a segunda maior queda do índice desde a greve dos caminhoneiros – em 28 maio de 2018, a Bolsa caiu 4,49%. 

No mercado de câmbio, o dólar terminou esta quarta-feira em alta de 2,24%, cotado a R$ 3,9543, o patamar mais alto desde 1º de outubro de 2018, quando terminou em R$ 4,0299 por conta das incertezas sobre quem disputaria nas eleições o segundo turno com Jair Bolsonaro. 

O ambiente externo negativo contribuiu para pressionar a moeda americana ao longo do dia, mas foram fatores domésticos que acabaram tendo peso relevante. Com isso, o real foi a segunda moeda que mais perdeu valor ante o dólar nesta quarta, atrás apenas do peso argentino, considerando uma lista de 33 moedas. 

A aprovação do Orçamento impositivo por expressiva maioria, contrariando o interesse da equipe econômica, foi interpretada como um sinal de que o governo corre o risco de ver as reformas importantes para o país, como a da Previdência, demorar mais que o esperado. 

Especialistas analisam que a queda Bolsa refletiu principalmente a fraqueza do governo na articulação política.

EDUARDO BOLSONARO DISCORDA! 

O deputado do PSL, filho do presidente, discorda da derrota. Aliás, ele foi um dos 453 deputados que deram voto a favor da proposta de emenda à Constituição (PEC) 2/15, que engessa parcela maior do Orçamento e torna obrigatório o pagamento de despesas hoje passíveis de adiamento, como emendas de bancadas estaduais e investimentos em obras. 

Na prática, reduz o poder do Executivo sobre gastos públicos e tem sido vista como uma importante derrota para o governo na Câmara. 

Mas, depois de votar sim, Eduardo lembrou que ele e o pai foram favoráveis ao projeto em 2015, quando foi apresentado e acabou ficando parado. Na ocasião, os dois eram oposição ao governo Dilma Rousseff (PT). 

“De maneira nenhuma se trata de uma derrota do governo, mas, sim, de uma relação harmônica entre os poderes”, afirmou Eduardo.