Com obra atrasada há pelo menos 6 meses, 15 leitos de UTI seguem fechados no Hospital Giselda Trigueiro em Natal
O Hospital Giselda Trigueiro, única unidade do Rio Grande do Norte especializada em doenças infecciosas, enfrenta mais um capítulo de descaso e abandono. Há pelo menos seis meses, 15 leitos de UTI estão fechados devido a uma reforma que parece não ter fim, comprometendo gravemente a assistência a pacientes que dependem de cuidados críticos. A desativação desses leitos coloca em risco a vida de pessoas que, diante de doenças graves, não têm para onde ir em busca de atendimento especializado.
O impacto desse fechamento é devastador. Servidores relatam que a demanda por cuidados intensivos só aumenta, enquanto a capacidade da unidade diminui drasticamente. A situação evidencia a falta de planejamento e de responsabilidade do Governo do Estado com a saúde pública. Como destacou um servidor que trabalha no local e prefere não se identificar: “Sabe o que é 15 leitos desativados? São 15 pessoas sem chance de viver! Isso tem que mostrar para a população o descaso da saúde pública do Rio Grande do Norte.” A fala do trabalhador da saúde resume o sentimento de indignação dos profissionais que, diariamente, lutam para garantir atendimento digno mesmo diante de tantas limitações impostas pela gestão.
A direção do Sindsaúde/RN esteve no local apurando a situação, e evidenciou que o problema é ainda pior: “além dessas vagas da UTI ainda tem mais leitos fechados, pois existem várias enfermarias e em cada uma delas tem leitos em reforma”, afirma Henrique Pereira, que além de diretor do sindicato também é servidor da unidade. O sindicalista ainda completa “essa reforma de estende desde o meio do ano e sem previsão para terminar, a situação está tão difícil que estão transformando leitos comuns em leitos de UTI, como é o caso da enfermaria do Misto 4, que recebeu os leitos da UTI Geral que foi fechada nesta semana para reforma, ou seja, em vez de ampliar, estão reduzindo vagas.” finaliza o diretor.
Além do prejuízo direto à vida dos pacientes, o fechamento prolongado desses leitos de UTI expõe a incapacidade do Estado de garantir condições mínimas de funcionamento para um hospital de tamanha importância como é o Giselda Trigueiro. A reforma que deveria melhorar a estrutura se transformou em um entrave que paralisa serviços essenciais e sobrecarrega outras unidades de saúde. Por isso, o Sindsaúde/RN cobra, desde já, a conclusão da reforma e a reabertura e ampliação dos leitos. Precisamos dar um basta de uma vez por todas à essas políticas de procrastinação de obras e fechamento e redução de serviços
Foto: Reprodução/SindSaúde
